Neste blog só quero expressar o que me impressiona

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Enquanto isso, escutemos Céu



Hoje é dia da preguiça e bocejos. Não quero sair daqui nem para ver o mundo. Chove lá fora, então deixemos para viver o mundo de lá só amanhã. Cuidemos de nosso âmago. Aqui.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Soledade




Só a idade
Só na idade
...
E a menina dos olhos
diante de nossos olhos
envolvia-se só
em seu lençol

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

O silêncio

Acho que ninguém o escutou. Hã?

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Carnaval multicultural


Pois é. Carnaval sem igual mora logo ali em Recife. Ritmos, danças, cores e muito amor pela cidade revela-se em cada semblante. Quem nunca foi, não percebe o que é um lugar que oferece espaço para toda tribo e que integrantes de cada tribo convive pacificamente nas diferenças. Impressionante andar pelas ruas do Recife Antigo e ouvir bandas de frevo abafando outras bandas de frevo; blocos de maracatu que em dias comuns jamais ousariam se reunir numa praça para reverenciar seus deuses; samba com nomes de peso; ousadia ao som de Quanta Ladeira; mangue beat; rock... Há de tudo e há lugar para todos os gostos ritmos e pessoas.
Por isso, caro leitor, a saudade de Recife nos levou pelo braço para sermos embalados pelo mar de gente que acompanhava o Galo.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

O mar

Eu me lembro bem de quando era criança. Morava numa casa de janelas pequenas e não entendia por que não eram maiores, já que a vista era uma bênção divina: todo aquele mar batendo nas rochas lá embaixo... Tinha também um descampado, onde todas as crianças da redondeza se juntavam para jogar futebol, empinar pipa, brincar de polícia e ladrão.
Era uma vida gostosa, aquela. Não havia compromisso com nada e o meu mundo era aquele descampado de terra batida. “Procure emprego!” Vá trabalhar, vagabundo!”, “A vida não é só futebol!” Esse mundo não é o que conheço! Me deram um emprego que eu tinha que ficar em pé calçado e abotoado até o pescoço. E a liberdade? Liberdade é ter emprego de poste?
Voltei para o meu canto. Não era o mesmo. Não era mais meu. Uns homens tomaram conta do meu descampado, da minha casa. Disseram para voltar lá para baixo vender uma poeira branca e mandaram experimentar, afinal não poderia vender uma mercadoria sem conhecê-la. Fiquei sem fome, excitado e com muita, muita força.
Enquanto descia, a felicidade foi sumindo. Meu corpo já não era mais aquela fortaleza. Não podia trabalhar desanimado e faminto. Abri um dos saquinhos e enfiei no rosto. A sensação desta vez não foi a mesma. A realidade pesou nos meus ombros. Percebi que tudo o que eu queria era não ter perdido a minha criança. Parei. Havia um jeito de resgatá-la. Era só atravessa a rua.
O mar... Tão belo, tão atrativo. Seu canto era um convite ao seu encontro. Não tive dúvidas: pulei.